sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O homem em si precisa de algo para amar


O homem em si precisa de algo para amar

O homem enquanto criatura de Deus apresenta uma ligação de dependência muito grande com seu criador. Essa relação é estabelecida antes mesmo de seu nascimento, porém empiricamente consolidada no dia-a-dia em situações cotidianas que muitas vezes nem percebemos. A presente relação de dependência é relatada em letras de músicas tais como: “assim como a corça anseia por água, como terra seca precisa da chuva, meu coração tem sede de ti...”. De fato quando experimentamos de Deus, nunca mais somos os mesmos, nos tornamos a partir daí sedentos dele.

Então é uma questão temporal que nos permiti após uma experiência com Deus, tornarmos-nos sedentos por ele?

Por exemplo: Um dia qualquer uma pessoa (que sempre teve uma vida “normal” negando a existência de Deus) vai ocasionalmente a uma igreja, no momento do apelo ela sente o desejo em seu coração de “aceitar Jesus”. Foi naquele momento pela ação do Espírito Santo que aquela pessoa experimentou de Deus pela primeira vez e tornou-se sedenta de dele desde então? Errado, porque todos os homens da face da terra já experimentaram do amor de Deus seja qual foi o momento, duração ou relevância para ele. Um exemplo disso é um ateu(que sempre sonhou em ter um filho)que tem a felicidade de pegar seu filho recém nascido pela primeira vez no colo. Este homem experimentou do amor de Deus através da felicidade gerada por seu filho, porém para ele esse sentimento é proveniente simplesmente das circunstâncias. Ele amou de forma pura, sem reservas, sentimento esse que não é proveniente dele mesmo, mas de Deus. Se fosse proveniente do homem ele poderia decidir não ter aquele filho e ser completo ou ainda colocar no lugar do filho um objeto e decidir ama-lo da mesma forma para compensar sua perda.

Quando amamos algo, o idolatramos, ou somos obcecados por Coca-Cola e chocolate estamos buscando prazeres estabelecidos a partir de referenciais de sentimento que nos fazem bem. A questão é que todo sentimento bom ao homem tem sua raiz em Deus, ou seja é uma busca de Deus de forma equivocada e inconsciente.

Quando amamos muito uma namorada, um filho, um carro, é inegável que estejamos buscando equivocadamente algo semelhante ao amor que temos em Deus. Buscamos em homens, coisas, sonhos humanos e muitos outros. O problema é quando perdemos a verdadeira essência do amor de Deus, quando esquecemos que Deus tem que ser o único Deus de nossas vidas. Deus quer sim que amemos os nossos, porém ele não se agrada de quando fazemos dessas coisas nosso Deus (ou nossa vida). Deus quer que sejamos dependamos dele. Tudo que é bom ao homem, Deus está ali presente. Se Deus esta nessas coisas o que há de ilícito nelas?


O problema ocorre no momento em que não é mais Deus nossa prioridade. Nós nos tornamos de uma forma bem sutil nossos próprios donos. Não são mais sonhos, expectativas, bênçãos a partir de Deus, mas sim méritos próprios, resultados de decisões e circunstâncias bem acertadas. É nesse momento que perdemos Jesus no caminho. Se perdemos Jesus no caminho na verdade não há caminho algum, há apenas tropeços. Não estou falando de uma vida de morte, doenças, miséria ou algo desse tipo, até mesmo porque tem muitas pessoas que vivem uma vida “normal” sem Deus. Elas conseguem se superar, chorar escondido suas lamentações, se prostituir para suprir suas carências, comer até desaparecer aquele sentimento de depressão, contudo até nessas coisas buscam a Deus. Todos assim como eu perdemos Jesus no caminho, quando buscamos imperceptivelmente ou mesmo erroneamente Deus em outros lugares que não onde ele esta de fato.

Então quando quiser muito uma coisa lembre-se você não esta condenado em querê-la, vez que Deus conhece nossas limitações, porém muitas vezes nossos sonhos não são a forma de verdadeiramente sermos felizes em Deus. Portanto todos os homens são sedentos por Deus, até mesmo aqueles que não sabem. Já aos que conhecem o motivo de sua sede, só cabe a eles alimentar-se da fonte correta e retornar quando não conseguirem acertar.